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A Associação Caatinga concluiu o projeto Restaura Caatinga, uma iniciativa que resultou na restauração de 20 hectares de Caatinga degradada. A área reflorestada está localizada no entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) “Neném Barros”, uma unidade de conservação de Crateús (CE) que abrange 63,16 hectares e foi criada em 2012 com o apoio da Associação Caatinga.

O projeto, que é realizado pela Associação Caatinga com a parceria da Celeo, por meio do projeto Serra de Ibiapaba, e coordenação da VBIO, introduziu uma técnica inovadora que aumenta significativamente a taxa de sobrevivência de mudas em regiões semiáridas.

A técnica, desenvolvida pelo Laboratório de Ecologia da Restauração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordenada pela professora Dra. Gislene Ganade utiliza canos de PVC como vasos para germinar mudas nativas da Caatinga. Após um período em estufa, as raízes das mudas atingem um metro de extensão, facilitando sua adaptação ao ambiente de plantio.

Além do reflorestamento, o projeto desempenhou um papel fundamental na difusão de conhecimento técnico para atores na cadeia da restauração. Por meio do curso online avançado de restauração ecológica da Caatinga, atores envolvidos na cadeia da restauração da Caatinga receberam capacitação de 40 horas com o que há de mais moderno e avançado para a restauração efetiva de áreas degradadas da Caatinga.

Outra ação do projeto foi a consolidação da RPPN Reserva Natural Serra das Almas como ponto de treinamento para coletores de sementes nativas da Caatinga. Por meio do curso coletores de sementes parabotânicos, a Associação Caatinga capacitou sertanejos e sertanejas em técnicas de coleta, armazenamento e comercialização de sementes.

As capacitações foram oferecidas às famílias das 40 comunidades rurais do entorno da Reserva Natural Serra das Almas, que está localizada entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). Dessa forma, os agricultores têm a oportunidade de gerar renda extra por meio da venda das sementes coletadas para projetos de restauração da Associação Caatinga ou para outras demandas regionais.

Resultados e impactos do projeto

Os resultados alcançados pelo projeto indicam um caminho promissor para a recuperação da Caatinga, com base na taxa de sobrevivência das mudas com raízes alongadas, destacando-se na promoção da resiliência climática e resistência à desertificação do ecossistema restaurado a longo prazo. O modelo é replicável em outras áreas semiáridas, oferecendo estratégias eficazes para a restauração florestal e garantia do bem viver na Caatinga.

Adequação às agendas ambientais

O projeto tem aderência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ao Marco Global de Biodiversidade (GBF) e a outras agendas de sustentabilidade como a Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021-2030), uma data impulsionada pela Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa da ONU visa combater as mudanças climáticas, promover o funcionamento saudável dos ecossistemas, conservar a biodiversidade, garantir a produção de alimentos e melhorar o bem-estar humano.

ODS

  • ODS 4 Educação de qualidade
  • ODS 6 Água potável e saneamento
  • ODS 11 Cidades e comunidades sustentáveis
  • ODS 13 Ação contra a mudança global do clima
  • ODS 15 Vida terrestre

GBF

  • Meta 2: Restaurar 30% de todos os ecossistemas degradados.
  • Meta 8: Minimizar os impactos das alterações climáticas na biodiversidade e desenvolver resiliência.
  • Meta 20: Fortalecer a capacitação, a transferência de tecnologia e a cooperação científica e técnica para a biodiversidade.
  • Meta 21: Garantir que o conhecimento esteja disponível e acessível para orientar a ação em matéria de biodiversidade.

Foto destaque e cabeçalho: Fábio Barong